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  • WILSON RONDÓ JR | Jornal do Brasil

O que a Covid-19 mostrou para o segmento da carne

Surpreendentemente, grande parte da agroindústria americana foi dizimada pela pandemia do coronavírus. Eles foram obrigados a realizarem abates até desperdiçando animais, inclusive destruindo culturas saudáveis. Veio à tona a fragilidade do sistema alimentar industrializado e centralizado nos EUA, aonde as principais “fábricas” de processamento de carne emergiram como pontos de acesso para a transmissão da Covid-19.

Essa mesma carne de confinamento mostrou mais uma vez consequências desfavoráveis, além da já conhecida contribuição com doenças resistentes a antibióticos. Agora, com o surgimento de novas doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos, vemos que essa forma de produção é um preço muito alto para toda a humanidade.

Por outro lado, os chamados “Carbon Cowboys”, que realizam o trabalho da criação do gado a pasto através do pastoreio rotacional regenerativo, estão cada vez mais valorizados. Esse é inclusive o tema de uma nova série de documentários que detalham essa técnica. Dirigida por Peter Byck, professor da Universidade Estadual do Arizona, a produção mostra que essa medida aparentemente está salvando o suprimento de carnes.

Houve um aumento 400% a 1.200% na demanda por esse tipo de produto, que é gerado respeitando as leis da natureza – e não trabalhando contra ela. Além de fornecer um alimento mais nutritivo, sem pesticidas químicos, fertilizantes e outras “armadilhas” da agricultura industrial, beneficia o planeta, pois constrói um solo rico em carbono que aumenta a qualidade das colheitas e a produção animal.

O novo coronavírus está realçando a importância que é a cadeia de trabalhadores essenciais, tais como funcionários, agricultores, processadores e produtores rurais que criam, cultivam e no final das contas colocam a comida em nossos pratos. Esse reconhecimento deve ser assimilado por todos nós. Outro fator importante é que no sistema “Carbon Cowboys” a possibilidade de espalhar vírus é bem menor, ao contrário dos grandes projetos americanos de mega processamento das carnes, aonde o índice de contaminação se mostrou altíssimo, havendo necessidade de serem fechadas para minimizar as consequências.

Ou seja, o sistema criado para atender às operações de confinamento quebraram durante a pandemia, colocando em risco o suprimento de alimentos dos EUA. Lembre-se que 96% da criação de gado na América é através de confinamentos, e felizmente no nosso caso 94% do rebanho é criado a pasto. Com isso, usando a similaridade do documentário do professor Peter Byck, o "Carbon Cowboys”, posso afirmar que somos “Pecuaristas de Carbono”, respondendo por um “Brasil Carbono”. Pense nisso na hora de consumir a sua carne. Supersaúde!

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